quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O celular inglês


Uma cena que, hoje em dia, é figurinha fácil nos busões da vida.

Indo para o trabalho um pouco atrasada (sim, as melhores cenas acontecem durante a semana, em que a possibilidade de você matar um é grande!), peguei um ônibus que me deixaria no meio do caminho, assim precisaria pegar outro. No primeiro foi "ok". No segundo foi o que o negócio apertou.

Detalhe para o busão que, infelizmente, tive que dar o sinal: Terminal Parque Dom Pedro. É, ali mesmo no centro de Sampa, perto da 25 de Março, onde tudo acontece, onde a metade da população do País (leia-se gente de TODO tipo) vai dar uma voltinha.

Ok, entro no "bendito" (vamos abençoar o transporte público, tenho fé que um dia ele melhore), passo pela catraca e ouço uma música. Não consegui distinguir qual, mas naquele momento minha preocupação era achar um lugar "bom" para ficar. Fui direto para o fundo, onde a concentração de encoxamento é menor. Instalei-me perto da porta, pois em alguns minutos iria descer. Pronto, esse minutos foram suficientes para que eu passasse uma das cenas mais bizarras da minha vida "busonística".

Importante: era mais ou menos NOVE horas da manhã. Nesse horário, algumas pessoas ainda estão dormindo no busão, com a boca aberta e com o cabelo cheio de óleo na janela, certo? Pois bem, um infeliz não! E era justamente ele que estava tocando a merda da música. Aliás, várias. Era uma mistura de NX Zero, com Gloria Gaynor (It's Raining Men), Cacinha Preta e por aí vai...

Quem me conhece sabe que, quando eu fico nervosa, faço a pior cara do mundo, que até o Fofão da Augusta ficaria com medo. Pois é, comecei a ficar irritada e a olhar para o rapaz com olhar fulminante, tipo: "Desliga essa joça AGORA!". Entre uma bufada e outra, não consegui me conter. Fui até ele e disse com o sangue nas bochechas:

- Você pode abaixar o volume do seu celular ou desligá-lo? Eu não sou obrigada a ouvir o que você quer!


Nessa hora, todos os que estavam perto me olharam com ar de surpresa e admiração. Contudo, dava pra ver no olhar o agradecimento pelo o que eu fiz, já que todos estavam de saco cheio e olhando pra ele de cara feia, mas NENHUM foi até ele pra falar alguma coisa.

Eis o ÁPICE da cena: ele começa a falar em inglês comigo!
- What? What? (colando o dedo no ouvido como se não estivesse entendendo o que eu estava falando)

Percebi na hora que era um inglês lá do Parque Dom Pedro mesmo porque ele só falava "what" e fazia gestos negativos. Daí, fiquei mais nervosa:
- Não adianta você falar em inglês comigo, viu? Você está vendo aquela placa ali (apontei para o aviso que diz: "É proibido o uso de aparelhos sonoros")? Então... Eu não vou gastar o meu inglês com você!

Ele ficou pasmo e continuou a me olhar. E o pior: não desligou a joça do celular!
Saco! Queria jogá-lo pela janela e deixar que o vento o levasse para a menina de "O Chamado".

Depois de uns 10 minutos, ele desliga o celular. Justamente na hora que eu descia do ônibus. ¬¬

Pensando bem depois, deveria ter conversado com ele em inglês só pra ele aprender o que a Gloria Gaynor tava cantando.


*Imagem do Flickr Estampas de Camisetas

6 comentários:

  1. hahahahaha
    Tere, não lembrava dessa história!! é SENSACIONAL!!!! hahahahahahahahahahaha

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  2. Só não precisava dessa última linha insinuando que o cara era gay em forma de xingamento velado, né? De resto, boa história!

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  3. Olá! Não foi intenção ofender ninguém com o último parágrafo. Desculpe se a imagem foi essa.
    Obrigada e continue acompanhando o blog!

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  4. hahaha!! eu posso chorar d rir o dia q vc chegou contando essa historia! hahaha!!

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  5. "Queria jogá-lo pela janela e deixar que o vento o levasse para a menina de "O Chamado" hahahahahahahahahah
    MORRYYYYYY

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  6. Meu Deus! Como pode? A cara de pau da pessoa... nessas horas era bom vc aprender um palavrão em ídiche ou alguma língua exótica. Só pra firular.

    Que folgado... uma vez quase apanhei no busão por reclamar do som... o cara ficou ameaçando um monte... e era ônibus de viagem. Até liguei prum amigo PM ir me buscar na rodoviária. Depois disso fiquei menos justiceira! Hehehehe...

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