quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Holla! Que tal¿

*Por Marcela Camargo

"Certa vez, voltando de metrô da rodoviária do Tietê, sentei-me ao lado de um gringo. Quer dizer, até então eu não sabia que ele era gringo.

Logo depois, entrou um senhor. O gringo, todo gentil, se levantou e perguntou, em espanhol, se ele queria sentar.

Senhor: No, no. Obrigado!

Gringo: Hablas español¿

Senhor: Si! Um ''pouquito''!

Gringo: Soy Miguel... PERUANO!

Senhor: Soy João... BAIANO!


Eu fiquei umas três estações rindo e eles continuaram a tentar se comunicar estranhamente... rs"



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ah, não! Esse não!

 *Por Lígia Fonseca

“Eu estava dentro do circular em Rio Claro, a caminho da rodoviária. Depois de apanhar um tanto para subir minha mala pela parte de trás do ônibus, volto para pagar o motorista, rodo a catraca e finalmente desabo no banco. Embora eu estivesse morta de cansaço, me preparava para enfrentar, mais uma vez, a ponte Bauru-Rio Claro, uma viagem que demora quase 3 horas para percorrer pouco menos de 200 km de pista dupla. Mas isso porque o trajeto inclui deliciosas parada em Brotas, Jaú e uma passadinha rápida em Pederneiras. Tudo para deixar a viagem prática!

Depois de me acomodar, eis que escuto uma conversa atrás de mim. Juro que não sou de prestar atenção no diálogo alheio, mas eles estavam conversando sem pudores e num volume considerável:

Ele: Quando eu tiver um filho, quero que se chame Júlio!
Ela: JÚLIO?!PQ JÚLIO?! (sim, gritando mesmo)
Ele: Ahh, sei la, acho um nome legal.
Ela: Júlio... hãn! Não sei com quem você pretende ter um filho chamado Júlio, porque comigo não vai ser...

Silêncio

Ela: Felipe?
Ele: Meu filho não vai ter nome de viadinho... Felipe não!

Silêncio

Ela: Vinícius?
Ele: (3 segundos pensando...) É... Vinícius é legal...
Silêncio

Ele: Mas se for mulher, quero que se chame Cassandra. (mano.. ele só podia estar brincando!!!)
Ela: CASSANDRA???????????????????? (MUITA GARGALHADA - da parte dela e eu quase
acompanhei)
Ele: (não lembro mais quais eram, mas ele falou mais uns 5 nomes, todos nomes antigos ou bem bregas). 
Ela só respondia: Não! Não! Nããão! Hmm, nããooo...
Ele: Marlene?
Ela: aiii... não gosto desses nomes aí com muito "ãrrrr"
Ele: Você tem que respeitar minhas opinião!! (sim, se ele falou brincando não sei, mas tinha esse erro de português ai mesmo). Não pode ser só os nomes que você gosta!!

Eis que o ônibus chega na rodoviária e para na plataforma. Neste momento, estava louca de curiosidade pra saber quem eram os pombinhos. Pensei: No mínimo devem ser aqueles adolescentes estilo Emo, fazendo declarações apaixonadas em publico. Mas assim que o ônibus parou, já fui levantando e dei uma encarada nos dois. Para minha surpresa, eles eram adultos, com jeito de universitários e, assim como eu, estavam indo para casa numa sexta feira!! Putz, que vergonha alheia!!

E não, ela não estava grávida!!
Ambos entraram no ônibus comigo pra Bauru, mas graças a Deus o lugar deles era mais pro fundo, onde provavelmente ficariam discutindo o acabamento da casa que pretendem morar um dia. Ou sei lá mais o que.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

De calcinha no busão

*Por Paula Miranda

"Era meu primeiro ano de faculdade, tinha acabado de conseguir meu primeiro estágio. Ainda era uma amadora na arte de pegar busão.

Certo dia, voltando do estágio, peguei o ônibus na Avenida Brigadeiro Luis Antônio com destino a Avenida Paulista, onde estudava. Eu, com a minha longa e bela saia hippie, entrei no ônibus correndo porque começava a garoar. Passei a catraca e sentei no banco do centro na última fileira.

Estava tranquila, na minha, ouvindo a chuva que começava a cair forte, quando um garoto todo serelepe começou a puxar papo comigo. Onde você estuda? Onde você trabalha? E todo aquele lenga-lenga.

Papo vai, papo vem e o tempo desabava lá fora. O céu estava tão escuro e as janelas tão embaçadas que mal dava para enxergar onde estava. Até que, de repente, a porta abriu e... MEUDEUSDOCÉU É O MEU PONTO! Subitamente levantei, tentando ainda dar um tchauzinho gracioso com as mãos para o garoto, mas nesse movimento, pisei na barra da minha longa saia azul que deslocou da minha cintura e desceu até o meu joelho.

Fiquei ali, de CALCINHA, dentro de um ônibus lotado, e pior, no ponto mais concorrido.

Minha auto-estima que até então se encontrava no status de “garota-se-sentindo-A-bela-porque-está-sendo-paquerada” para “minha filha, se mata!”

Esse momento durou uma eternidade. E para ajudar a acabar com a minha moral, o babaca que conversava comigo soltou um “Ueeeepaa!” (a la Rick Martin) E todas as pessoas ao redor riram de mim.

Nunca passei tanta vergonha da minha vida!

Bom, subi a saia mais que depressa, porém a minha honra já havia escorrido pelo bueiro! Enquanto descia a escada, uma dupla na minha frente comentava “Você viu a menina de calcinha?”. Juro, eu queria sumir!
O único consolo e que a minha calcinha não era de vó. Estejam preparadas para tudo, meninas."

terça-feira, 28 de setembro de 2010

E pro ladrão nada! (Tudo!!!!)


Essa aconteceu com minha prima, Mi, quando ainda morava em Belo Horizonte.

“Às 7 horas da manhã eu já estava no ônibus. Meio sonolenta, é verdade, mas se sono fosse desculpa para deixar de trabalhar, as empresas iriam a falência.

Em um determinado ponto do trajeto, dois homens subiram no ônibus. Estavam bem vestidos, de paletó. Pagaram a passagem e passaram a catraca. Um deles olhou para os passageiros e anunciou:

- É isso aí pessoal. Isso aqui é um assalto. Documento pessoal e cartão de crédito não me interessam. Eu quero dinheiro, celular, aliança ou corrente de ouro, relógio. Não precisa chorar e gritar (abriu o paletó e mostrou uma arma). Vai ser rapidinho. Vou passar a sacola e vocês vão colocando tudo aqui.

Eu só tinha meu vale transporte. E ele quis.

Depois de recolher todos os objetos de valor das pessoas que estavam no ônibus, ele se virou e abriu a boca para falar novamente. Pronto, pensei. Mudou de ideia e quer os documentos e cartões de crédito.

- Ah! Outra coisa. Hoje é aniversário do meu companheiro aqui. Então eu quero todo mundo cantando parabéns para ele.

Como assim, sou assaltada às 7h da manhã e o fulando ainda quer que eu cante parabéns para o comparsa dele? Ele só pode estar brincando.

O silêncio continuou dentro do ônibus. Então, o ladrão tirou a arma do paletó e a apontou para o teto:

- Vocês vão cantar ou vou ter que forçar a situação?

Bom. Já que ele pediu com tanto jeitinho, o ônibus inteiro resolveu cantar em uníssono.

- Parabéns pra você!!!! Nessa data querida....”

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pilotos

* Por Juan Saavedra
Quem mora no Rio, sabe. Passageiros costumam chamar de pilotos os motoristas de ônibus. A reverência - algo cúmplice, algo debochada, bem típica dos cariocas - é ouvida nas mais diversas situações.
O passageiro toca o sinal e o motorista finge que não ouviu?
- Paaaaara aí, piloto. Porra, é surdo. piloto?!
As pessoas querem que o ônibus pare fora do ponto, num lugar mais conveniente?
- Aêêêe, piloto? Valeu, piloto!
Tem gente subindo e o do volante começa a pisar no acelerador?
- Segura aíííííííí, piloto. Não tá vendo que a senhora tá subindo.
O coletivo lotado, 9 da noite, e o condutor vai devagar que só ele?
- Acelera aííííííííííííííííííííí, piloto. Quero ver o jogo.
Molengar na direção, no Rio, é caso raro - a não ser quando o motorista tem ordens diretas para cumprir o horário da chegada ao ponto de final. Aí, sim, é um trajeto irritante. Desses em que o dono da embreagem só anda de segunda e fica propositalmente encaixotado entre vários veículos. Experimente pegar o 410 às cinco da tarde, na Gávea, e você sentirá algo similar a navegar na internet com conexão discada.
Mas lerdeza não é regra. No Rio, a maioria tem pé pesado. E muitos levam a sério o apelido. Tive essa certeza quando testemunhei uma das cenas mais inacreditáveis da minha longa vida de usuário de Mercedões 44 lugares.
Estávamos eu e a então namorada, a caminho de um show na Zona Sul. Vínhamos da Tijuca, num 415 (Usina-Leblon). Lá pelas tantas, em Copa, o motorista do nosso ônibus começa a correr. Seu competidor um colega de outro veículo da mesma linha. De repente, parados num sinal vermelho, os dois conversam e se provocam.
- Teu ônibus é mais novo - diz o outro.
- Qualé, eu ganho com o seu. Vamos trocar - desafiou o motorista do nosso.
E rapidamente mudaram de assento.
- Ai, ai, deixa eu sair antes - gritou uma jovem, antes que o sinal abrisse.
- Maluco - bradou uma assustada senhora.
Em segundos, tal qual pilotos de Fórmula Truck, estavam enfileirados, em velocidade máxima, pela Epitácio Pessoa, pista da Lagoa Rodrigo de Freitas, diante de passageiros estupefatos.
Cariocas, como canta Adriana Calcanhoto, não gostam mesmo de sinal fechado.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O hippie!


Cena rápida:

Certa vez entrei no bus articulado e fiquei no meio, justamente na 'sanfona' (era o melhor lugar), já que todos os bancos estavam ocupados. Pra quem tem costume de pegar esse busão e ficar ali na sanfoninha, sabe que é um tormento: seu corpo parece uma mola ambulante de tão 'pra lá e pra cá' que você fica. E, para ajudar, o motorista estava superagitado, pra ele o freio era um brinquedo! Ou seja, bate-cabeça no busão e 'segura nos ferros' pra não cair!

Uma hora, um cara meio hippie entra cambaleando. Achei que estava bêbado, mas não. Era superagitado assim como o motorista, a única diferença é que ele falava sozinho.

Barbudo e cheio de trecos na roupa, ele começou a vir na minha direção. Quando achei que ele ia passar a sanfona, adivinha? O motorista pisa no freio! Imaginaram o que aconteceu? Simmm... o barbudo caiu em cima de mim! ARGHHH! Que nervoso! Minha cara brava se instalou até ele soltar essa:

- Eiiiita! (olhando bem pra mim) Ainda bem que eu caí em cima de você... imagine se fosse num macho?!

O ônibus inteiro riu. Sinceridade é uma merda, né? ;)

Quem fala o quer, vê o que não quer...



Essa aconteceu com meu marido.

“Vocês sabem como é horário de pico no metrô. Aquele povo que te empurra pra sair, empurra pra entrar e, principalmente, empurra porque quer ficar o mais próximo possível dos bancos para aproveitar qualquer oportunidade de pousar a carcaça cansada.

Eu estava voltando de uma entrevista de emprego e o vagão estava assim, lotado. Eu estava próximo a um assento preferencial ocupado por uma senhora e um moço que tinha, no máximo, 30 anos. Enquanto o bicho pegava, ele lia seu jornalzinho, sem sequer olhar em volta.

Percebendo a falta de sensibilidade do moço, uma senhora começou a criticar a atitude aos berros. Sabe aquele tipo barraqueira, que carrega um milhão de sacolas, tem as unhas do pé pintadas de azul petroleo cintilante e seus dedos abraçam o tamanco de madeira? (nada contra, mas é um tipo comum, não?)

- Eu acho um absurdo esses jovens que não respeitam a velhice. E o pior, finge que não tá vendo que o metrô tá lotado, com um monte de gente querendo sentar. Eu trabalhei o dia todo, tô cansada, já tenho quase 50 anos e tô aqui de pé...

Enquanto a mulher tagarelava e reclamava sem parar, o moço começou a dobrar o jornal. Com uma calma de outro mundo, ele pousou as páginas do periódico em seu colo e puxou a calça para que a barra ficasse quase na altura dos joelhos. O movimento evidenciou uma parte de sua perna mecânica.

Silêncio no vagão. Algumas pessoas levaram a mão a boca para esconder o riso iminete. A barraqueira ficou instantaneamente vermelha, virou o rosto e desceu logo que o vagão parou na estação.

O moço tornou a abrir o jornal, com um sorriso maroto e satisfeito no rosto.

Por dentro, eu gargalhava. Aquela cena era, ao mesmo tempo, bizarra, constrangedora e incrivelmente educativa! É. Quem fala o quer, vê o que não quer..."

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O celular inglês


Uma cena que, hoje em dia, é figurinha fácil nos busões da vida.

Indo para o trabalho um pouco atrasada (sim, as melhores cenas acontecem durante a semana, em que a possibilidade de você matar um é grande!), peguei um ônibus que me deixaria no meio do caminho, assim precisaria pegar outro. No primeiro foi "ok". No segundo foi o que o negócio apertou.

Detalhe para o busão que, infelizmente, tive que dar o sinal: Terminal Parque Dom Pedro. É, ali mesmo no centro de Sampa, perto da 25 de Março, onde tudo acontece, onde a metade da população do País (leia-se gente de TODO tipo) vai dar uma voltinha.

Ok, entro no "bendito" (vamos abençoar o transporte público, tenho fé que um dia ele melhore), passo pela catraca e ouço uma música. Não consegui distinguir qual, mas naquele momento minha preocupação era achar um lugar "bom" para ficar. Fui direto para o fundo, onde a concentração de encoxamento é menor. Instalei-me perto da porta, pois em alguns minutos iria descer. Pronto, esse minutos foram suficientes para que eu passasse uma das cenas mais bizarras da minha vida "busonística".

Importante: era mais ou menos NOVE horas da manhã. Nesse horário, algumas pessoas ainda estão dormindo no busão, com a boca aberta e com o cabelo cheio de óleo na janela, certo? Pois bem, um infeliz não! E era justamente ele que estava tocando a merda da música. Aliás, várias. Era uma mistura de NX Zero, com Gloria Gaynor (It's Raining Men), Cacinha Preta e por aí vai...

Quem me conhece sabe que, quando eu fico nervosa, faço a pior cara do mundo, que até o Fofão da Augusta ficaria com medo. Pois é, comecei a ficar irritada e a olhar para o rapaz com olhar fulminante, tipo: "Desliga essa joça AGORA!". Entre uma bufada e outra, não consegui me conter. Fui até ele e disse com o sangue nas bochechas:

- Você pode abaixar o volume do seu celular ou desligá-lo? Eu não sou obrigada a ouvir o que você quer!


Nessa hora, todos os que estavam perto me olharam com ar de surpresa e admiração. Contudo, dava pra ver no olhar o agradecimento pelo o que eu fiz, já que todos estavam de saco cheio e olhando pra ele de cara feia, mas NENHUM foi até ele pra falar alguma coisa.

Eis o ÁPICE da cena: ele começa a falar em inglês comigo!
- What? What? (colando o dedo no ouvido como se não estivesse entendendo o que eu estava falando)

Percebi na hora que era um inglês lá do Parque Dom Pedro mesmo porque ele só falava "what" e fazia gestos negativos. Daí, fiquei mais nervosa:
- Não adianta você falar em inglês comigo, viu? Você está vendo aquela placa ali (apontei para o aviso que diz: "É proibido o uso de aparelhos sonoros")? Então... Eu não vou gastar o meu inglês com você!

Ele ficou pasmo e continuou a me olhar. E o pior: não desligou a joça do celular!
Saco! Queria jogá-lo pela janela e deixar que o vento o levasse para a menina de "O Chamado".

Depois de uns 10 minutos, ele desliga o celular. Justamente na hora que eu descia do ônibus. ¬¬

Pensando bem depois, deveria ter conversado com ele em inglês só pra ele aprender o que a Gloria Gaynor tava cantando.


*Imagem do Flickr Estampas de Camisetas

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E você, tem cú?


Depois de um dia especialmente desgastante na faculdade, tomei o ônibus com destino a minha casa, meu quarto, meu travesseiro! Por sorte, estava vazio e pude escolher um dos meus lugares favoritos: na janela, atrás do banco mais alto. Logo no próximo ponto uma mulher entrou e sentou do meu lado.

Provavelmente estava resfriada ou tinha algum tipo de constipação crônica. A cada 2 segundos puxava aquela catarreira, que de tão intensa, produzia até o som de deglutição. ECA!

Isso já me deixou profundamente irritada – para não dizer enojada. O percurso era longo e eu tinha, aproximadamente, mais 40 minutos pela frente. Nada me distraía. Aliás, nada me concentrava para que eu pudesse esquecer que aquela nojenta estava sentada ao meu lado.

Faltavam 4 pontos para a minha parada quando, de repente, essa senhora ergue a bunda de lado e solta um sonoro peido. Foi o fim da picada. Levantei e, revoltada, não pude deixar de exprimir minha indignação.
- Ah, minha senhora. Faça-me o favor...
E fui andando em direção a porta, que ficava ao lado do cobrador.
- Que que foi minha filha, cê não tem cú não? Cê não peida? - retrucou a fulana.
Nessa altura do campeonato, outras pessoas resolveram intervir. Um estudante que estava sentado mais ao fundo decidiu entrar numa questão de público e privado com a mulher.
- Minha senhora, você está em um local público!
Mas quem peida assim, sem constrangimento algum, não pode ter qualquer tipo de discernimento quanto a pudores em locais comuns a todos. E assim ela retrucou novamente:
- Meu filho, eu paguei R$2,30. Então não é público coisa nenhuma! - berrou.
- Ah é? Então caga na sacola! - replicou o menino.
Apertei o botão e desci do ônibus antes que a mulher levasse a sugestão a sério e terminasse o serviço ali mesmo!

Sim, essa história é verídica e aconteceu comigo!

Viagem inaugural


“Sabe quando a gente acorda meio grogue, olha o relógio e percebe que a hora não foi muito amiga? Então... Ontem, pulei da cama, vesti a primeira coisa que apareceu na minha frente, dei um tapa na cara, uma mordida em um bolinho que estava em cima da mesa e saí voada para não perder meu ônibus. Outro só daqui a 40 minutos e meu chefe – que tem um carro de luxo e motorista – não vai entender que eu cheguei atrasada só porque eu saí de casa com 1h30 e não 2 horas de antecedência.

Não sei dizer se fiquei feliz por não ter perdido meu ônibus. Lá estava ele, parado no ponto, com uma fila enorme de pessoas se estapeando para entrar. Dentro, o povo se apertava cada vez mais enquanto o cobrador gritava: -Só mais um passinho, pessoal. Vamos colaborar.

O pior não é o aperto. É aquele filho da puta que não tomou banho e tá carregando um gambá debaixo do sovaco. Ou aquele espertinho que peida fedido e ainda reclama da falta de educação do pessoal.

Enquanto uns fingem que dormem para não dar lugar para a velhinha ou grávida, outros gritam no celular ou ouvem funk/pagode/sertanejo/forró no último volume. Eu gosto é de Chico Buarque, porra! (quem liga?)
Entre freadas, conversas entrecortadas e muito sufoco, é possível chegar são e salva em meu destino. Será mesmo?”



Este Blog surgiu de uma ideia despretensiosa de registrar todas as situações estranhas/constrangedoras/engraçadas/bizarras que nós, criadoras do blog, ou vocês, queridos e fieis leitores, vivenciam enquanto utilizam o transporte público de nosso país.

Eventualmente, daremos dicas para melhorar sua vida no busão. Então, bilhete único (ou passe, a gente aceita qualquer coisa) em mãos. Nossa viagem está apenas começando! =)

Isis e Tereza