terça-feira, 5 de junho de 2012

E quando o motorista e a cobradora não sabem o caminho?


*por Liliane Yoshino


"Moro na Zona Lost de São Paulo e tenho a sorte de ter várias opções de ônibus para chegar ao meu bairro. Mas, existe apenas um; um ônibus que sobe uma rua que cruza com a minha, facilitando a minha caminhada até em casa.

Tá, meu namorado diz que sou preguiçosa porque a distância de um ponto a outro nem é tanta e o tempo que esse ônibus me faz esperar, seria essencial para aquele merecido banho, aquela esticada nas pernas na frente do computador, sem fazer nada...

Mas, sou teimosa e fico esperando-o no ponto (enquanto isso, passam uns três que servem... outros dois sque sem do terminal... Ok, pode ser burrice mesmo). Às vezes tenho sorte, mas, na maioria das vezes, eu não tenho.

Um dia, depois de esperar uns vinte minutos (trinta, quarenta? Prefiro não ter a real noção do tempo perdido), eis que ele aparece. Subo feliz da vida e a cobradora me pergunta:

- Vai até o ponto final?
- Não!

Sento me questionando a dúvida dela. “Será que eles estão pensando em cortar caminho? F*d*u!”. Até que eu ouço-a falar com outra menina:

- Vai até o ponto final?
- Não, vou até a Rua X.
- Ah ta, é porque não sabemos o caminho!

Oi??

Nem a cobradora e nem o motorista sabiam o itinerário da linha! O pessoal, com muito amor no coração, foram o GPS da dupla.

Feliz por terem feito o caminho correto, levanto-me e dou o sinal. No maior susto e soltando um “thank’s God”, o motorista-muito-doido freia achando que eu ia descer no meio do nada!!!

- É aqui que você desce?, a cobradora.
- Não! É no próximo ponto!
- Que rua?
- A próxima, à direita...
- Bom, enquanto tiver passageiro, a gente chega lá!
- É, né... Então torça pra ter pelo menos um que vá até o final a essa hora da noite!
- Né, Zé (omotôdoido)???  A gente chega lá!!!

Desci com pena dos que estavam lá, dormindo.... E sabe que nunca mais os vi?!
Tomara que tenham sido escalados para uma linha que ambos conheçam."




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