*Por Gloria Coelho
“Além das bocas de sino e cabelos que desafiavam a
gravidade, os anos 70 foram marcados também pela precariedade do transporte
público, ainda mais em Salvador, cidade que eu estava morando provisoriamente
com minha família.
O pouco dinheiro impedia a compra de um carro. Então, eu
encarava as viagens de ônibus – muito piores do que o que a gente enfrenta hoje
em dia. Os passageiros podiam escutar
radinhos e fumar. Então, além de tentar desviar de um ou outro homem mais
safado, a gente tinha também que impedir que a roupa ficasse cheia de buracos
por conta dos fumantes que habitavam o ônibus.
Outra coisa que era impressionante na época: as pessoas
entravam no ônibus por qualquer lugar , inclusive pelas janelas. E para guardar
lugar, valia arremessar a sacola que estivesse a mão em algum assento livre.
Uma loucura!
Certo dia, estava voltando para casa depois de um dia
exaustivo de trabalho. O trajeto demorava mais ou menos uns 40 minutos. De
repente, o motorista desviou do caminho habitual do ônibus, parou em frente ao
estádio da Fonte Nova e desceu.
Você acha que o ônibus quebrou? Não! O motorista ia ter uma
folguinha e resolveu comprar ingressos para o clássico Bahia x Vitória que ia
acontecer no final de semana!!!!!”
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