quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ah, não! Esse não!

 *Por Lígia Fonseca

“Eu estava dentro do circular em Rio Claro, a caminho da rodoviária. Depois de apanhar um tanto para subir minha mala pela parte de trás do ônibus, volto para pagar o motorista, rodo a catraca e finalmente desabo no banco. Embora eu estivesse morta de cansaço, me preparava para enfrentar, mais uma vez, a ponte Bauru-Rio Claro, uma viagem que demora quase 3 horas para percorrer pouco menos de 200 km de pista dupla. Mas isso porque o trajeto inclui deliciosas parada em Brotas, Jaú e uma passadinha rápida em Pederneiras. Tudo para deixar a viagem prática!

Depois de me acomodar, eis que escuto uma conversa atrás de mim. Juro que não sou de prestar atenção no diálogo alheio, mas eles estavam conversando sem pudores e num volume considerável:

Ele: Quando eu tiver um filho, quero que se chame Júlio!
Ela: JÚLIO?!PQ JÚLIO?! (sim, gritando mesmo)
Ele: Ahh, sei la, acho um nome legal.
Ela: Júlio... hãn! Não sei com quem você pretende ter um filho chamado Júlio, porque comigo não vai ser...

Silêncio

Ela: Felipe?
Ele: Meu filho não vai ter nome de viadinho... Felipe não!

Silêncio

Ela: Vinícius?
Ele: (3 segundos pensando...) É... Vinícius é legal...
Silêncio

Ele: Mas se for mulher, quero que se chame Cassandra. (mano.. ele só podia estar brincando!!!)
Ela: CASSANDRA???????????????????? (MUITA GARGALHADA - da parte dela e eu quase
acompanhei)
Ele: (não lembro mais quais eram, mas ele falou mais uns 5 nomes, todos nomes antigos ou bem bregas). 
Ela só respondia: Não! Não! Nããão! Hmm, nããooo...
Ele: Marlene?
Ela: aiii... não gosto desses nomes aí com muito "ãrrrr"
Ele: Você tem que respeitar minhas opinião!! (sim, se ele falou brincando não sei, mas tinha esse erro de português ai mesmo). Não pode ser só os nomes que você gosta!!

Eis que o ônibus chega na rodoviária e para na plataforma. Neste momento, estava louca de curiosidade pra saber quem eram os pombinhos. Pensei: No mínimo devem ser aqueles adolescentes estilo Emo, fazendo declarações apaixonadas em publico. Mas assim que o ônibus parou, já fui levantando e dei uma encarada nos dois. Para minha surpresa, eles eram adultos, com jeito de universitários e, assim como eu, estavam indo para casa numa sexta feira!! Putz, que vergonha alheia!!

E não, ela não estava grávida!!
Ambos entraram no ônibus comigo pra Bauru, mas graças a Deus o lugar deles era mais pro fundo, onde provavelmente ficariam discutindo o acabamento da casa que pretendem morar um dia. Ou sei lá mais o que.

Um comentário:

  1. pior que agora não paro de encontrar o tal menino pela faculdade!! e as vezes no circular e no busão de volta pra Bauru!! Entro em crise de riso!! :x

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